terça-feira, 26 de julho de 2011

6º dia – Roça

6º dia – Roça


            Após um delicioso café da manhã, seu Benedito, motorista do micro-ônibus da prefeitura de Jangada, nos levou para a zona rural da cidade. O trajeto durou aproximadamente 40 minutos e vimos paisagens belíssimas características do cerrado matogrossense.

Desembarcamos na Escola Severiano Vieira que possui estrutura ampla, limpa, organizada e sobretudo aconchegante. Tentem imaginar o lugar..., um ambiente cercado por todos os lados pela natureza. Há um frondoso pé de mangueira no lado direito da escola, nos fundos uma chácara com bois e vacas no pasto e o silêncio...interrompido pelo ruído do vento passando entre as folhas secas das árvores.

Ali tínhamos 3 missões: a confecção da horta mandala, composteira e o minhocário coordenados pelos rondonistas Bruno Vodonis e Lúcia. Iniciamos pela horta que seria feita na parte lateral direita da escola e cujo o terreno já estava sendo preparado por um trator enviado pelo Totó, secretário municipal do meio ambiente de Jangada... Nossa!! Foi uma ajuda e tanto esse preparo inicial.

Começamos pela horta Mandala, que é uma horta com princípios de agricultura orgânica, ou seja, sem o uso de defensivos agrícolas (agrotóxicos) e sem o uso de fertilizante químico. Ela é construída buscando uma combinação harmônica entre as plantas, como por exemplo, o tomate em combinação com o manjericão, torna o sabor do tomate realçado pelo sabor do manjericão. Sua característica singular, ser constuída de maneira circular primando um melhor fluxo energético entre as verduras, folhas e legumes.

A primeira etapa foi a delimitação dos círculos da mandala que foi feito pelos rondonistas Lúcia, Vodonis e Fabiano, que também é um expert em assuntos agronômicos.

Na segunda etapa, os 8 rondonistas, a professora Deyse e o Fabiano capinaram o terreno, acompanhado de um simpático e caloroso sol. Essa etapa foi mais difícil, porque a terra estava bastante seca e com bastante pedra..mas água mole em pedra dura tanto bate até que fura...aqui no caso, a terra foi ficando fofinha...

            A 3ª etapa começou a deixar a mandala mais vistosa: plantio de 8 espécies de mudas.

            A 4ª etapa foi a construção de uma cabana com galhos de buriti (espécie de coqueiro) devido ao forte calor para proteção da horta.

            Depois de 4 horas de trabalho... da terra seca, sem forma, surgiu vida. Surgiu a Mandala, construída por uma única mão, pela mão de um único corpo, a equipe de rondonistas da PUCPR e moradores da região. Foi um momento mágico, assim como, o significado da palavra Mandala, que significa círculo mágico ou Sagrado. Foi de fato, um momento divinal, em que mais uma vez, a roda, o círculo, deu liga, formou o elo entre as pessoas, e extraiu delas o melhor, a união, a prática do trabalho em conjunto, da construção de um bem comum...

            Concomitante a esse trabalho, os rondonistas, Bruno Vodonis e Lúcia realizaram orientações a alunos e moradores da zona rural e a construção de um minhocário e da  composteira, que gerou bastante interesse e troca de informações entre os participantes.

            Também durante essas atividades tivemos oportunidade de conhecer uma dupla, Seu Rafael e Seu Vital, que tocam o cururu, um ritmo típico da região de Jangada que é tocado com uma viola de concha feita com a madeira de uma arvore nativa do cerrado, o   buriti, e 5 cordas. Além de tocar e cantar, eles também ensinaram alguns rondonistas como a Lúcia, Viviane e Kalebe (UFVJM) a fazer os acordes do cururu. Eles morriam de rir quando acertávamos ou quando tínhamos bastante dificuldade de acertar as notas!! Que pessoas encantadoras, pessoas singulares, que só encontramos em situações como essas, como as, do Rondon.               

            Mas não foi só trabalho. Também tivemos a oportunidade de almoçarmos deliciosamente, um arroz desfiado com frango e como sobremesa um delicioso doce de mamão cristalizado, hummmmmm......

            Encerrado o nosso trabalho na roça ou zona rural, voltamos para a cidade. Ali teríamos a noite uma outra missão: A apresentação da peça Drogas Caminho Sem Volta, estrelando Rodolff (Zóio, o adolescente envolvido com drogas), Viviane e Fabiano (os pais do adolescente), Lúcia (Fernanda, a namorada do Zóio), Bruno(Bira, amigo do Zóio e traficante), Marcão (amigo do Zóio) e Stéfanie (Policial)  dirigido pela rondonista Sandra (Bulock).

            A encenação com trilha sonora foi realizada na Escola Arnaldo para os alunos de ensino médio do horário da noite. Todo o elenco representou o papel de maneira marcante, contagiando os jovens espectadores. O The end foi dado por uma breve orientação da importância de evitar o primeiro contato com as drogas, que de fato não passa de uma grande droga!!

            Ao final do dia, acredito que todos tiveram aquela sensação gostosa de dever cumprido... e a certeza de que como é bom fazer parte da família Rondon!!!         


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